A microbiota intestinal desempenha um papel preponderante na determinação da eficácia e toxicidade da quimioterapia, devido à sua capacidade de modular a resposta do indivíduo ao tratamento oncológico.
Microbiota intestinal é a denominação atribuída à população heterogénea de microrganismos que vive no intestino do indivíduo. Entre os microrganismos que a constituem, as bactérias são os mais predominantes (60%), sendo responsáveis por diversas funções fisiológicas, como manutenção da homeostase local, proteção e maturação da mucosa, proteção contra agentes patogénicos, regulação do metabolismo e modulação do sistema imunológico do indivíduo.
A relação entre microbiota intestinal e resposta do paciente à quimioterapia tem suscitado um interesse crescente na investigação oncológica, devido ao impacto da microbiota sobre a farmacodinâmica dos agentes quimioterapêuticos. Vários estudos têm realçado que a eficácia da quimioterapia é dependente da composição da microbiota intestinal, sendo esta fortemente influenciada por fatores externos como hábitos alimentares, prática de exercício físico, sedentarismo, tabagismo, etc.
Assim, uma microbiota saudável, mantida por uma dieta e comportamentos saudáveis, associa benefícios ao tratamento oncológico, devido à relação de simbiose (equilíbrio) estabelecida entre os microrganismos e o indivíduo. Este equilíbrio permite que a microbiota, além de manter a homeostase local, ative vias metabólicas e imunológicas anti-tumorais, que podem auxiliar a quimioterapia. Pelo contrário, uma microbiota não saudável, derivada de uma dieta e comportamentos não-saudáveis, acarreta uma diminuição da eficácia e segurança do tratamento. Este efeito negativo deve-se ao desequilíbrio da microbiota, denominado de disbiose, que contribui para a desregulação das vias metabólicas e imunológicas anti-tumorais, degradação/acumulação dos quimioterapêuticos, produção de toxinas e colonização bacteriana, prejudicando desta forma o tratamento oncológico.
Autoria
Conceção da ideia e execução gráfica: Joana Barros
Composição do texto: Joana Barros, Cármen Jerónimo, Maria Pia Ferraz e Fernando Jorge Monteiro
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
Ficha técnica
Todos os elementos foram obtidos na coleção livre http://www.freepik.com e são de livre acesso para publicações sem fins lucrativos. Trabalho elaborado com Microsoft Powerpoint 2016.
Este trabalho ganhou uma menção honrosa na 2ª edição do concurso “Comunicação de Ciência em Microbiologia”, na categoria “Público Geral”.
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